segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O ensaio.

Nos encontramos de tarde. Ela estava feliz da vida com a viagem. Eu estava nervoso.
Pra nós dois, foi como um ensaio pra lua de mel. A ocasião merecia cuidado.
Ai do sol que sumisse!
Ai de São Pedro se chovesse!!!
Na verdade, a viagem foi adiada por causa da chuva. Era pra ter sido semana passada.
Fomos pra Pipa. Confesso que nunca tinha achado Pipa tão bonita. Eu nunca havia estado lá com ela.
A pousada parecia mais um hotel. A vila, sempre tão agitada, estava mansinha. Se contrapunha ao sorriso vibrante do meu amor. Tudo era motivo pra sorrir.
Eu sorria por ela. Sorria por mim também. Sorria por todo mundo. Eu sorria.
Dormimos juntos sem medos, sem remorços, sem pudores. Era como se dormíssemos juntos a vinte anos. Tudo entre nós soa antigo. É como se tivéssemos passado a vida inteira juntos.
Fizemos aqueles programas comuns de casal em Pipa. Passeamos pela vila sempre agitada, vimos um pouco da vida noturna, fomos à praia, eu tomei Coca Zero e ela comeu um carangueijo, batemos milhares de fotos. Dissemos eu te amo em cada uma delas.
Fomos mais felizes do que a felicidade pode ser. Fomos nós dois.
Voltamos pra casa pensando em como a vida se tornou maravilhosa nos últimos dois meses. A propósito, no fim de semana completamos dois meses juntos. Os primeiros dois meses do resto das nossas vidas.
Um velho amigo perguntou outro dia: "Com que frequência você encontra a pessoa certa?".
A frequência eu não sei. Só sei que foi na hora certa. E eu a amo.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Deletando o passado.

Hoje tomei uma decisão. Meio radical.
Decidí me esquecer de todas as outras. Todas elas.
Vou deletar. Apagar mesmo.
Vou esquecer que um dia, ou uma noite, eu tive outras mulheres além de você.
Vou apagar da memória que me deitei com outras. Que beijei outras.
Vou me esquecer de todas elas. Todas.
Ficará somente você. Só você.
Vou me esquecer delas, porque apesar do cheiro gostoso de algumas, aquele cheiro não era o seu.
Vou me esquecer dos beijos, porque por mais gostosos que tenham sido, não eram os seus.
Vou me esquecer dos olhares. Eles nunca serão tão doces quantos os seus.
Vou apagar o arrepio da pele! Nenhuma dels tem o charme das suas sardas...
Vou esquecer dos sorrisos largos. Nenhum foi tão radiante quanto o seu.
Vou me esquecer delas, porque nenhuma delas é você. Nenhuma.
E a cada arrepio que eu apague, vou colar outro no lugar. Assim, control+v e control+c. E o novo, será mais novo. O novo terá você.
Farei isso até que só me reste um rosto, uma lembrança, uma memória: você.
Não preciso de mais ninguém. Nenhuma delas vai me fazer falta. Por que nenhuma delas, é você.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Mais um dia no paraíso.

Era um hotel pequeno... desses aconxegantes. Desses que são perfeitos.
Passamos o final de semana. Foi o nosso fim de semana na praia.
Choveu na maior parte do fim de semana. Não botamos o pé na areia.
Ela parecia uma estrela no céu. Radiante.
Jantamos sushi com carne assada. Sui generis.
Caminhei orgulhoso pela rua. Feliz por tê-la ao meu lado. Alí, colada comigo.
O Supercine passou De Repente é Amor ( A Lot Like Love). Nada mais de acordo com a noite.
Dormimos abraçados.
Pela manhã ela ainda estava lá: com a cabeça no meu peito. Um braço se enroscava no meu pescoço, o outro segurava a minha mão. Dormia como um anjo. Eu diria que como uma estrela, mas estrelas não dormem....
Quando finalmente saímos da cama, já era dia alto. O sol disputava lugar com as nuvens. Ainda chovia.
Ela bebeu café com leite. Eu comí tapioca com queijo.
A recepcionista diria que era nossa lua de mel. Eu diria que era mais um dia no paraíso. O anjo aloirado ao meu lado me disse que nunca tinha sido tão feliz. De tão cheio de mim, quase morrí.
É bom fazê-la feliz. Muito bom.
O café da manhã foi rápido: a cama era o melhor lugar do mundo.
Passamos o resto da manhã abraçados. E a tarde toda. E a noite inteira também.
Hoje eu estranho a imensidão da cama. Tudo é tão vazio sem ela. Tão vazio.
Acho que é a eternidade dos nossos 32 dias...impressiona como pouco tempo se transforma em muito amor. Impressiona sim.
A despedida foi triste. Era manhã de segunda feira. Toda segunda feira é triste. Em algum dialeto estranho, a palavra segunda-feira deve significar "dia triste". Pelo menos eu acho que deveria significar...eu acho.
A noite, já na casa dela, ela cozinhou pra mim. Cozinhou como se me conhecesse desde o início do mundo. E eu a abracei, como se a conhecesse desde o início do mundo.
Como eu disse, parece mais com mais um dia no paraíso...e ela é o meu anjo aloirado....